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Carroça de Ouro

sombras cheias de luz e silêncio em altos sons.

Carroça de Ouro

sombras cheias de luz e silêncio em altos sons.

+Superior

é assim que se chama um apoio qualquer que oferece bolsas de estudo a 1.020 estudantes para se inscreverem em instituições de ensino superior no interior e alentejo.

 

Não sei quais são os requisitos para a atribuição das bolsas, mas acredito que seja por mérito e pelas as notas de entrada. Seja como for, não é isso que me dá urticária, mas sim o despropósito da essência da bolsa.

 

Contas fáceis, cada bolsa tem o valor de 1.500€, sendo 1.020 alunos dá um total de 1.530.000€ (um milhão, quinhentos e trinta mil euros) por ano.

Ora como a bolsa apenas diz respeito às candidaturas, o aluno apenas recebe este valor no primeiro ano de faculdade.

 

Parece-me que não é de todo a melhor política para se gastar um milhão e meio de euros com a educação superior.

 

Tendo em conta os objéctivos do programa, o aluno que opte ir para uma destas universidades em detrimento de uma mais central, como em Lisboa ou Porto,terá uma ajuda monetária.

 

Diz-me a experiência que, nessas mesmas universidades as propinas são mais baratas, o custo de uma renda de um quarto é muito mais baixo, pelo que, por si só, ir estudar para o interior já teria um ganho económico. Não há necessidade de oferecer 1.500€ por três anos a um aluno (42€/mês).

 

Querem que essas universidades tenham mais pessoas para ajudar as cidades, etc, então optem por investir esse dinheiro numa melhoria do ensino, em programas e cursos interessantes e inovadores, com 1.530.000€ dá para fazer muita coisa. Se a Universidade de Évora for considerada como a melhor na licenciatura X ou o Instituto Politécnico de Portalegre numa engenharia Y, de certeza que não vão faltar candidatos.

 

Muito dinheiro se esbanja neste país...

mix de notícias

A minha pessoa, não compra jornais, lê online, normalmente o Observador ou o Público, se quero saber o que se passa, ou o Correio da Manhã se quero rir à gargalhada com a tristeza que é um jornalista trabalhar a fazer aquilo.

 

No observador deparei-me com duas notícias, a primeira trata o pagamento de taxa moderadora para grávidas que querem fazer uma Interrupção Volutária da Gravidez (IVG), pano para mangas não é? (antes de continuar gostaria de dizer que é hilariante ler os comentários dos mentecáptos a esta notícia, como bons portugueses que são, discutem tudo menos o que é a notícia)

A meu ver deveriam pagar taxa moderadora, ou até mais que isso, quem tivesse mais que uma IVG por ano, e acreditem que não são assim tão poucas, todos os meses se batem records. Agora se as IVGs deveriam existir, e se o estado devia permitir, é conversa de gente parva.

 

A segunda notícia no mesmo site de notícias é que uma empresa chinesa distribuiu uma circular informativa que dizia que para engravidar teria de pedir autorização à chefia, e mesmo assim só se poderiam candidatar mulheres casadas e que estivessem na empresa há mais de um ano. Caso alguém engravide sem o dito papelinho a avisar a chefia, terá de pagar uma multa, não recebes os prémios, e fica cortada de qualquer promoção.

 

Umas engravidam e não querem, outras querem engravidar e não deixam, outras ainda engravidam e têm de pagar uma multa, mas como na China o aborto é legal e gratuito, podem foder à vontade que o posto de trabalho está assegurado.

 

 

fazem-me pensar #1

Acabei de ver o filme "The Man form Earth", muito poucos devem ter ouvido falar ou visto, pois não é uma super produção com um actor principal cheio de charme ou uma actriz linda de morrer.

 

Trata-se de um filme de 2007 que se passa todo dentro de uma sala, em que numa "reunião" em tom de despedida um dos amigos confessa que tem 14.000 anos... E é aqui que tudo isto podia tranformar-se num filme de merda, ou uma saga de vampiros e imortais, no entanto o tema é abordado de uma maneira muito mais térrea, humana, sentida e real.

 

Não querendo ser spoiler, até porque lendo a sinópse do filme no IMDB se percebe isto, o sujeito afirma que anda pela terra sem nunca envelhecer há 14.000 anos, portanto nasceu como cro-magnon (para quem não se lembra das aulas de ciências e história lê-se cromanhom), e todo o filme se desenrola na tentativa dos amigos descobrirem falhas para provarem que ele está a mentir e/ou endoideceu de todo.

 

Mas filme à parte, o que fiquei a pensar foi, no que queria eu dedicar-me se vivesse este tempo todo, sendo que por largos milhares de anos não poderia dedicar a muito mais que caça e reprodução, porque na verdade nada mais havia para fazer. Pensar que é complicado para os nossos avós funcionarem com um telémovel, e que viveram uma evolução tremenda no prazo de 60/70 anos, o que passará pela cabeça de uma pessoa que viveu toda a história da humanidade. Desde as religiões, inquisições, perdões, reinados, guerras, formação de impérios e queda dos mesmos, a escrita, as comunicações, as crenças. Tudo, viver tudo, a adaptação ano após ano, séculos e milénios.

Se para mim por vezes é dificil lembrar-me de coisas que aconteceram há 20 anos, imaginem há 200, ou 2.000. 

 

Depois de muito pensar não sei em que é que gostaria que a minha memória de 14.000 anos fosse aplicada, medicina seria importante, mas penso que é um cliché tão grande que na verdade me fartaria depressa, para além de que alturas como a peste negra deveria ser um mimo para um médico experiente e conhecedor de tudo à altura. Arte seria uma seca para mim, não percebo nada de arte se me mostrarem um Picasso e um Monet eu sei que o Picasso é o mais esquinudo (e basta), gosto de ir a museus e ver obras, pinturas, mas não é um tema que me puxe a atenção. História adoraria, mas a verdade é que uma coisa é estudar História, outra é vivê-la, com tanta coisa má que se passou na história talvez o ideal era tentar esquecer e não o contrário.

 

Talvez a que mais me custe refutar seja a filosofia, porque apesar de se viver, temos sempre a oportunidade de ver pelo outro lado, tentar outra explicação e lógica.

Eu não sou nada de filosofar, mas se calhar neste situação e supondo as condições deste amigo, a opção seria filosofia.

 

Fazem-me pensar e é isto.