filme a não perder #3
Tal como nos livros, também não se devem julgar os filmes pela capa.
"You're not You" tem cara de ser mais um filme da pipoca, no entanto surpreende pela história, e pela maneira como ficou.
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Tal como nos livros, também não se devem julgar os filmes pela capa.
"You're not You" tem cara de ser mais um filme da pipoca, no entanto surpreende pela história, e pela maneira como ficou.
Eu sou uma pessoa que até gosta de cinema alternativo q.b., os filmes de Manoel de Oliveira eram alternativos q.b.. Quanto Bastasse para parar de ver ao fim de 20 min..
Muitos dirão que estou a ser um insensível e que Manoel de Oliveira foi um marco na história do cinema português e europeu, and so on... Meus caros, eu não ponho em causa que ele foi um grande homem, que teve sucesso em Portugal e além fronteiras, no entanto não era para o meu gosto.
Acabei de ver o "La Jaula de Oro", um filme mexicano que retrata a emigração clandestina para os Estados Unidos. No papel principal tem um grupo de 4 adolescentes guatemaltecos que veem a Norte uma vida melhor.
Um filme, tocante, marcante e profundo. A não perder, e para mim, a rever um dia.
Se quiserem mais informações:
Acabei de ver o filme "The Man form Earth", muito poucos devem ter ouvido falar ou visto, pois não é uma super produção com um actor principal cheio de charme ou uma actriz linda de morrer.
Trata-se de um filme de 2007 que se passa todo dentro de uma sala, em que numa "reunião" em tom de despedida um dos amigos confessa que tem 14.000 anos... E é aqui que tudo isto podia tranformar-se num filme de merda, ou uma saga de vampiros e imortais, no entanto o tema é abordado de uma maneira muito mais térrea, humana, sentida e real.
Não querendo ser spoiler, até porque lendo a sinópse do filme no IMDB se percebe isto, o sujeito afirma que anda pela terra sem nunca envelhecer há 14.000 anos, portanto nasceu como cro-magnon (para quem não se lembra das aulas de ciências e história lê-se cromanhom), e todo o filme se desenrola na tentativa dos amigos descobrirem falhas para provarem que ele está a mentir e/ou endoideceu de todo.
Mas filme à parte, o que fiquei a pensar foi, no que queria eu dedicar-me se vivesse este tempo todo, sendo que por largos milhares de anos não poderia dedicar a muito mais que caça e reprodução, porque na verdade nada mais havia para fazer. Pensar que é complicado para os nossos avós funcionarem com um telémovel, e que viveram uma evolução tremenda no prazo de 60/70 anos, o que passará pela cabeça de uma pessoa que viveu toda a história da humanidade. Desde as religiões, inquisições, perdões, reinados, guerras, formação de impérios e queda dos mesmos, a escrita, as comunicações, as crenças. Tudo, viver tudo, a adaptação ano após ano, séculos e milénios.
Se para mim por vezes é dificil lembrar-me de coisas que aconteceram há 20 anos, imaginem há 200, ou 2.000.
Depois de muito pensar não sei em que é que gostaria que a minha memória de 14.000 anos fosse aplicada, medicina seria importante, mas penso que é um cliché tão grande que na verdade me fartaria depressa, para além de que alturas como a peste negra deveria ser um mimo para um médico experiente e conhecedor de tudo à altura. Arte seria uma seca para mim, não percebo nada de arte se me mostrarem um Picasso e um Monet eu sei que o Picasso é o mais esquinudo (e basta), gosto de ir a museus e ver obras, pinturas, mas não é um tema que me puxe a atenção. História adoraria, mas a verdade é que uma coisa é estudar História, outra é vivê-la, com tanta coisa má que se passou na história talvez o ideal era tentar esquecer e não o contrário.
Talvez a que mais me custe refutar seja a filosofia, porque apesar de se viver, temos sempre a oportunidade de ver pelo outro lado, tentar outra explicação e lógica.
Eu não sou nada de filosofar, mas se calhar neste situação e supondo as condições deste amigo, a opção seria filosofia.
Fazem-me pensar e é isto.