de ideias fixas, ou ainda personalidade extremamente vincada.
Quando me ponho a uma coisa, não há volta a dar, ou vai ou racha (e raramente racha). Desta feita,calhou os Caminhos de Santiago, para quem não sabe os Caminhos de Santiago é um conjunto de percursos que antigamente (desde a idade média) era utilizado como estradas de peregrinação até Santiago de Compostela. Nos tempos que correm a versão de peregrinação está um pouco mais reduzida e os caminhos são percorridos por todos os credos, gentes, e motivos. Para mim é só pelo desafio, pura e simplesmente para me superar.
O percurso que escolhi é o mais conhecido (dizem também que é o original), vai desde os Pirinéus (St. Jeam Pied du Port) até, claro está, Santiago de Compostela. O normal é as pessoas percorrem os 800km em 30 dias, como eu não posso/consigo tirar esse tempo todo de ferias vou ter de andar o Caminho em 23 dias.
Isto por si só não mostra a teimosia, o que mostra são duas coisas, a primeira é que para aí há uns 7 anos que quero fazer isto, no entanto nunca me foi possível, a teimosia (entenda-se preserverança) aqui valeu bem, finalmente em Junho cá vou eu.
A segunda é o que se passou este fim-de-semana, para conseguir fazer os 800km em 23 dias terei de andar em média 35km, o que não parece muito, se fosse um ou dois dias, eu vou fazer 23 dias seguidos, sem descanso. E é aqui que a teimosia entra de novo, sabendo que tenho de treinar, programei um treino simples (como não posso andar todos os dias, ou então não teria tempo para dormir), decidi correr durante a semana, e andar carregado que nem uma mula ao fim-de-semana, que foi o que fiz neste fim-de-semana de sol e calor.
Peguei na minha pessoa e numa mochila pesada que nem tanque de lavar a roupa, levantei-me no domingo às 08h00 da manhã apontei para a Serra de Sintra para ir fazer uma caminhada de 20km com o sol a aquecer-me a alma. Bem me fodi, cheguei à serra e não havia sol, estava frio, vento e um nevoeirozinho filho da puta que enregelou a ponta do nariz.
Só mesmo a teimosia, e o facto de não querer falhar no caminho é que me impediu de pôr os calcantes a caminho duma qualquer esplanada onde houvesse sol e boa disposição.
É assim, quem anda por gosto não descansa...